Esse
texto não é sobre reeducação alimentar ou emagracimento. Inclusive, contei a
minha história sobre estar acima do peso para o blog Ana educa Cris. Quem tiver interesse dá uma olhadinha lá: http://anaeducacris.blogspot.com.br/2012/11/depoimento-da-leila.html
Na
verdade, quero falar sobre elogios que aparecem a partir de críticas. Um
assunto muito comum, já que, infelizmente, as pessoas nunca estão satisfeitas
com elas mesmas e muito menos com as outras.
Fim
de ano, confraternização e demonstração de carinho, amor e amizade. No último
domingo do ano, o Fantástico apresentou uma matéria sobre elogiar mais as
pessoas. Fiquei pensando bastante sobre isso, pois na quinta-feira já tinha
decidido escrever esse texto.
Ser
elogiado é muito legal; faz bem para o ego. Quem não gosta? Ser elogiado é o reconhecimento
de um processo que, muitas vezes, não foi fácil. Por isso, atualmente, aquele
que é sensível o bastante para reconhecer algo bom no outro, realmente, merece o
meu sincero elogio.
Mas
o meu objetivo aqui não é falar sobre elogios sinceros e muito menos sobre os
falsos, que, inclusive, são muito comuns. Quero falar sobre um tipo de elogio
que também é bastante rotineiro: aquele seguido ou antecipado por críticas.
Diferencio
esses elogios dos falsos, pois os considero muito sinceros. Mas fico pensando
no real propósito deles: reverenciar ou magoar?
-
“Você dança bem, apesar de ser gorda”.
Sem resposta! Sorriso Amarelo, mágoa e pena da pessoa.
-
“Você engordou pouco no Natal, pelo tanto que você comeu.”
-
“Pelo tanto que eu comi?”
-
“Sim, você comeu de tudo”.
-
“Você reparou na quantidade”?
-
“É a sua filha? Não a reconheci. Ela sempre foi gorda.”
Sem resposta! Sorriso Amarelo, mágoa e pena da pessoa.
Reformulando:
-
“Você dança bem!”.
-
“Você engordou pouco no Natal!”.
-
“É a sua filha? Não a reconheci”.
Essas novas frases não fazem a menor diferença para o emissor, mas para o
receptor o sentido é completamente diferente. Aí, me pergunto: “por que a
crítica?”.
Não
adianta!
Não
importa o quanto um gordo se esforce (e até emagreça), ele sempre será gordo!
Ele
sempre causará espanto nas pessoas quando praticar uma atividade física bem ou
melhor do que um magro. Ele sempre será o comilão, independentemente da
quantidade de comida em seu prato. Ele sempre será um ex-gordo, fiscalizado por
todos, que esperam ansiosamente para dizer: “viu, não adiantou nada. Já está
engordando de novo”.
Porque
as pessoas falam...
Exemplos
e situações são o que não faltam. Mas, mais uma vez, meu objetivo aqui não é
falar sobre preconceitos com gordos, mas sim sobre os elogios.
Normalmente,
os elogios seguidos de críticas vêm dos supersinceros: crianças e idosos (ou
pessoas sem filtros). Aí, fico me perguntando: “até que ponto uma criança ou um
idoso não sabe quando está magoando uma pessoa?”.
-
“Ué, mas se está gorda mesmo, qual o problema em falar?”.
Não
defendo nenhum tipo de comodismo. Muito pelo contrário, ultimamente estou
defendendo muito os hábitos saudáveis. Por outro lado, não consigo aceitar que
pessoas sem noção, ou maldosas (por que não?) alfinetem as outras em nome da
verdade absoluta.
Falar
é fácil, julgar também. Difícil, ou melhor, desafiador, é identificar as
barreiras físicas e psicológicas que nos separam de uma vida em equilíbrio com
nós mesmos.
Em
2013, pense! Pense o que quiser!
Não
elogie! Reflita antes de magoar uma pessoa!
Feliz
Ano Novo!
Leila
Cristina Bonfietti Lima