quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Refletindo ..

Quando li esse texto, diversos pensamentos vieram em minha mente, inclusive se deveria ou não compartilhá-lo. Pensei, pensei e cá estou tentando expressar meus sentimentos.

Talvez, tudo o que eu falar aqui seja inútil, pois os ‘juízes’ adoram julgar e os teimosos (sempre fui desse time e entendo como é) dificilmente refletem sobre outros pontos de vista. Mas... gostaria apenas de refletir um pouquinho aqui sobre uma situação que SEMPRE fez parte da minha vida.

Meus comentários estão em vermelho.

Deixem as gordas em paz
Por um mundo onde "você emagreceu" não seja elogio e "você engordou" não seja afronta.


Bom, então vamos começar pelo começo. Para mim “você engordou” sempre foi uma afronta, sim, pelo simples fato de que sempre achei que as pessoas não precisam comentar verdades que podem magoar as pessoas gratuitamente. (Sim, isso magoa. Por mais autoconfiante que a pessoa seja, comentários pejorativos sobre o corpo acabam magoando de uma maneira ou de outra).

“Você emagreceu” é um elogio para mim não simplesmente pelo fato da perda de peso, mas sim por poder fazer muitas coisas que eu nunca me imaginei fazendo, como correr 5, 10, ou 15k. A sensação de superação e de conquista é ótima em qualquer circunstância. Se uma pessoa com deficiência motora adquirida em um acidente de carro, por exemplo, voltar a dar os primeiros passos, as pessoas vão elogiar a sua superação e a sua força de vontade. Então, como não gostar desse elogio se eu sempre fui a pessoa que mais duvidou de mim em todos os momentos?

"Você emagreceu!" é automaticamente interpretado como elogio. "Você engordou" é algo que ninguém aceita bem.

Você emagreceu!  Você está leve, está linda, está fina. Elegante. Está fazendo exercícios? Está comendo melhor? Parabéns! Obrigada. Estou fazendo muitas coisas que me dão prazer e a consequência foi a perda de peso. 

Você engordou! Nossa, o que aconteceu? Relaxou? Está com problemas? É ansiedade? Já fez exames? Come muito doce? Se não tem coisa melhor para falar, fique calado. 

Bom, preciso dizer que magreza não é sinal de saúde? Preciso dizer que 95% dos pacientes com anorexia são mulheres? Preciso dizer que a anorexia é inclusive tratada como epidemia em alguns países, tendo a doença alto índice de mortalidade (1 a cada 5 pacientes)? Concordo!

Muitas mulheres convivem com essa neurose diariamente. Muitas mesmo. Quantas amigas suas vivem de dieta? Vou falar sobre mim. Eu estive acima do peso desde a infância e fiz dieta apenas duas vezes (com 18 anos e agora com 27). Quantas amigas suas morrem de culpa por comer um pedacinho de bolo? Raramente eu morria. Quantas mulheres entram em depressão por causa de seus corpos depois da gravidez. Quantas delas correm para a academia querendo entrar "em forma" o mais rápido possível? Eu corria para longe da academia. Quantas tomam remédio pra emagrecer? Isso nunca passou pela minha cabeça. Quantas morrem de vergonha de seus corpos na praia? Sempre usei biquínis. Os shortinhos, sainhas, vestidinhos e cangas sempre foram meus amigos. Quantas conseguem ficar de boa ao vestir um biquini sem ter se esforçado pra estar "em forma"? E quantas das que eram gordas e emagreceram agora tiram onda das que continuam gordas? Eu sei que tem muita gente achando que eu “tô me achando”. Mas como eu sempre fui gorda e como toda essa mudança é muito recente na minha vida, eu não me estranho ao olhar uma foto minha do início de 2012, por exemplo, quando eu estava com 43 quilos a mais. Porque aquela sou eu e sempre será. Não mudei os meus princípios. Não renego o meu passado e muito menos ninguém por ser gordo. A única coisa que quero mostrar é que É POSSÍVEL mudar pensamentos e hábitos em qualquer circunstância (até mesmo para uma pessoa teimosa como eu). É claro que você pode ir pra academia. É claro que você pode malhar, pode inclusive ser musculosíssima, pois o corpo é seu. O que nós queremos é apenas que todos os corpos sejam aceitos. Acho que não é pedir muito, não é? Todos os corpos. Os malhados. Os naturalmente magérrimos. E os gordos. Sim, as gordas querem ser aceitas e felizes. E amadas e bonitas e tratadas como pessoas normais, não como "aquela gorda", estando isso à frente de tudo mais que ela for. Sim, porque a sociedade é muito mais cruel com as mulheres gordas.

A quem argumenta que as magras também sofrem: sim, todas as mulheres que estão fora do padrão de beleza sofrem. Eu ouso a dizer que as gordas sofrem mais. Ok, vocês podem dizer que todo mundo acha que a sua cruz é mais pesada. Concordo. Mas não vamos ser hipócritas, a sociedade condena muito mais as gordas. E as que não estão também. Nunca está bom. Você nunca vai ser boa o suficiente. Você vai pra sempre ter que pensar nisso. Mulher não pode engordar. Não pode ser muito magra. E não pode envelhecer. É ridículo ouvir que "homem gosta de ter onde pegar", como se agradar os homens fosse o objetivo final da vida de cada mulher. Todas sofrem. As muito magras, as negras, as gordas. Não estamos jogando supertrunfo da opressão.

Mas há obviamente uma pressão maior sobre as gordas. Como disse acima, concordo.  Se for negra e gorda, então, muito pior. Vamos falar GORDAS, não "gordinhas", "fofinhas" ou "gordelícia", porque GORDA não é xingamento. Uma pessoa gorda não é pior do que uma pessoa magra. Nem mais preguiçosa, nem mais relapsa, e nem tem menos "força de vontade". Força de vontade PRA QUE, minha gente? Pra se enquadrar em um padrão excludente? As gordas que emagrecem são parabenizadas. Glorificadas. "Parabéns pela sua incrível força de vontade!" Comentei sobre isso no começo do texto. Acredito que o elogio valha a pena sim para as conquistas prazerosas e inimagináveis. O emagrecimento é consequência. Ninguém pensa na triste possibilidade de essa força de vontade talvez estar vindo de uma terrível angústia por causa da pressão social. Na maioria esmagadora das vezes esse é o real motivo para o INÍCIO da mudança de vida de muitas pessoas que estão acima do peso. Isso é realmente muito triste. Mas, se depois de todo esse caminho doloroso de preconceito, vier uma enorme sensação de bem-estar físico e mental pelo equilíbrio conquistado, tento certeza de que essas pessoas serão maduras e seguras o suficiente para perceber que a pressão social sempre veio de indivíduos pequenos e mesquinhos. É claro que a pressão nem sempre vem de fora pra dentro. Você pode perfeitamente não se sentir bem em seu corpo e querer mudar; como eu já disse, o corpo é seu. No meu caso a decisão de mudar foi devido à saúde. Estava tomando remédio para hipertensão há 3 anos. Mas saiba que isso é algo pessoal e que é lamentável que isso vire uma cruzada chamando todas as pessoas que são gordas para também entrarem "em forma". Concordo que, felizmente, não é todo gordo que está com a saúde debilitada como eu estava. Mas a qualidade de vida de quem mantém hábitos alimentares saudáveis e pratica atividade física é, comprovadamente, melhor. E isso eu sinto na pele. Então, não chamo as pessoas gordas para uma cruzada para que elas entrem em forma, mas, simplesmente, as convido para manterem hábitos mais saudáveis. Isso não deveria estar no centro das nossas vidas. Nós não estamos aqui para enfeitar o mundo. Somos mulheres, não adornos.

Veja bem, eu não estou usando um tom acusatório. Eu inclusive sinto isso na minha pele, sempre senti. A vida inteira eu convivi com essa paranoia. Tomei um milhão de remédios para emagrecer. Eu não. Vivia querendo ser magra. Sempre soube dos “benefícios” de ser magra, principalmente na adolescência, quando as pessoas não estão nem aí para o que “a gorda” é de verdade. Então, seria hipocrisia da minha parte dizer que nunca quis ser magra, mas isso nunca foi uma paranoia para mim. Afinal, para mudar eu teria que sair da minha zona de conforto e até os 27 anos eu não fui madura o suficiente para isso. E eu nem era gorda! Já eu sempre fui. Porém me entendia gorda. Obesa. Sim, eu cheguei à obesidade grau 3. Horrível. Mas não me sentia horrível. Claro que, como toda mulher, tinha altos e baixos com a minha imagem, mas não me sentia horrível na maior parte do tempo. Eu precisava emagrecer. Chorava quando engordava um pouquinho. Já eu nem sabia quando engordava. Desleixo? Talvez. Apenas aceitei a realidade do meu metabolismo. "Ah, então hoje você não aceita mais?". Aceito e, principalmente por isso, me cuido. Vivia pensando nisso, carregava a neurose como uma bigorna pendurada no pescoço. Não, realmente eu não fazia isso. A pressão era terrível. Eu achava que tinha que ser perfeita. Achei que estava perfeita depois de uma crise em que fiquei dias sem comer. Nossa, quando eu dizia: "agora eu vou maneirar", não durava nem três horas, imagine dias sem comer? Eu estava horrível, estava um caco, mas estava esquálida e me achando linda, com muita gente ao meu redor aprovando o absurdo. Eu sei como é. Eu sei o que a gente passa. Não é fácil se livrar disso. Não mesmo. Volta e meia ainda tenho umas crises que podem até atrapalhar a minha vida sexual. Ninguém está livre e a culpa não é de quem sucumbe; é muito difícil conviver diariamente com todas as pressões de um mundo que vê os gordos - mais especificamente as gordas - como pessoas piores. E a pressão continua em cima das pessoas que emagreceram (no meu caso nem digo ex-gorda, porque para muita gente eu sempre serei gorda, afinal, nunca estarei no padrão de magreza exigido pela sociedade). E quantas não são as pessoas que estão ansiosas para os ex-gordos engordarem novamente simplesmente para soltar a famosa frase: ‘viu, sabia que ele não ia aguentar. Não adiantou nada’.?

Não tem roupa pra gorda no Brasil. A gente tem que CAÇAR peças legais. Não tem mercado pra gorda no Brasil. Pessoas gordas sofrem preconceito em entrevista de emprego (li que precisam fazer cerca de quarenta entrevistas a mais do que uma pessoa magra). Concordo. Não tem gorda na televisão, a não ser quando é no papel d'A Gorda. Concordo (Ridículo o papel da Fabiana Karla em Viver à Vida. Só porque é gorda tem que ser virgem?). Pessoas gordas sofrem preconceito no sistema de saúde. Pessoas gordas sofrem preconceito no transporte público. Pessoas gordas não são doentes. Pessoas gordas são apenas gordas.
(Já sei que vai ter um monte de gente dizendo que GORDURA NÃO É SAUDÁVEL AS PESSOAS MORREM DE OBESIDADE AS PESSOAS GORDAS GORDAS GORDAS MORREM GORDAS MORREM. A vocês apenas digo: busquem conhecimento, pois não é bem assim. Tem muito gordo com a saúde nos trinques.). Como já disse acima, concordo. Mas levanto, sim, a bandeira do bem-estar trazido pelos bons hábitos alimentares e pela prática de atividade física para todas as pessoas: gordas ou magras.

Exaltar a beleza das gordas não é dizer que as magras não estão mais autorizadas a serem belas. Não é tentar estabelecer um novo padrão, uma ditadura da celulite, e sim aceitar uma democratização da beleza. Perfeito. Porque o mundo seria muito chato cheio de pessoas iguais. É não olhar feio quando a gorda quiser comer um xis-tudo, porque o corpo é dela, consequentemente, a saúde também. Não use o argumento da saúde para cagar regra no corpo alheio. Dificilmente fazem isso com as magras. Não mesmo. E olha que há várias magrelas que são perfeitas dragas. Na adolescência tinha uma invejinha delas. Não seria perfeito comer todas as porcarias do mundo e não engordar? Hoje eu vejo que não. Prefiro sentir o prazer de estar bem alimentada e com um bom condicionamento físico. (É claro que há os finais de semana que a gente abusa um pouco mais, mas – eu ainda não acredito que vou dizer isso – sinto mais prazer em fazer atividade física do que em comer). Dificilmente condenam meninas evidentemente doentes, pelo contrário, elas têm a magreza elogiada e exaltada e são encorajadas a continuarem com a loucura de não comer, de vomitar, de perder, perder, perder. Não é uma preocupação com a saúde. É pura e simples cagação de regra.

Anorexia é a primeira causa de morte entre pessoas do sexo feminino entre 14-25 anos. E é esse padrão que causa isso. Mulheres morrem porque querem ser magras. Mulheres morrem porque não querem ser chamadas de gordas.

Gorda não é xingamento. Deixem as gordas em paz. Deixem as gordas de biquíni. Deixem as gordas mostrarem a barriga, deixem as gordas usarem o tamanho de saia que quiserem. Deixem as gordas terem namorados sem pensar "nossa, esse aí podia conseguir coisa melhor". Sim, deixem, por favor. Gorda não é "coisa". Gorda é gente.

Apenas deixem as gordas em paz.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Saia longa de malha + T-shirt ou blusa asa de morcego


A saia longa é uma peça relativamente nova no meu guarda-roupa. A minha primeira foi a plissada, que já apareceu por aqui; aí, como gostei do resultado (acho que ela me alongou), resolvi investir em mais duas. 

No feriado de Páscoa fui para Serra Negra com a minha família, mas não comprei nenhuma roupa de inverno. Fiquei apaixonada por uma saia longa estampada que vi em uma vitrine, aí entrei na loja e a vendedora me mostrou essa vermelha também. 

Não botei muita fé nela e fiquei em dúvida sobre que tipo de blusa usar. Pensei apenas em regatinhas justinhas. Mas quando experimentei essa peça com a camisetinha básica que eu estava naquele momento, adorei o look e resolvi comprar essa saia na hora. Tanto é que ainda não usei a estampada. 

Nas duas produções acima estou usando blusas de malha. A primeira é uma asa de morcego que fica com os ombros bem a mostra. Usei um colar e um sapato preto de bico redondo que sempre aparece por aqui. Achei esse look mais casual. 

Na segunda foto estou com uma T-shirt do Mickey em preto e dourado e com um cinto de placa também dourado. Apesar das peças serem básicas, achei que essa combinação ficou bem moderna.

É isso. O que acham das saias longas com esses estilos de blusas? Vamos tentar sair do clássico 'saia longa e regatinha'....

PS: Não reparem no meu cabelo, ok? 

Saia: Serra Negra (não lembro o nome da loja) R$ 39,00 
Cinto de placa: Serra Negra - Camelô R$ 25,00
Blusa Asa de Morcego: C&A
T-shirt do Mickey: Renner
Sapato: Riachuelo
Colar: Me Move